Por democracia e um posicionamento dos estudantes da UFS!
Vamos chegando, por mais um ano, na reta final para a realização do ENADE. A disputa em torno de uma avaliação superior colada com a realidade e com os desafios que enfrentamos no dia-a-dia da universidade nos exige uma ação enérgica. Sempre foi assim, desde o provão, no governo FHC. Mas novos elementos, advindos com os desdobramentos dessa forma avaliativa, merecem uma atenção especial para que o movimento dos estudantes da UFS mantenha sua coerência e não abandone os princípios democráticos de defesa da escola superior, enquanto instituição pública, gratuita, de qualidade e que deve estar a serviço do povo trabalhador.
Pela primeira vez, a administração central está realizando um fórum de “debates” sobre o tema da avaliação superior, com foco no SINAES e ENADE. Prontamente já lançamos dois questionamentos: porque somente agora a reitoria propôs esse debate, se o ENADE existe desde 2004? Quem é a CPA da UFS e o que fez até hoje? Com essas respostas, ou não, analisamos um pouco da proposta advinda. O seminário acontecerá no dia 04/11. Antes, mesas redondas realizadas pelos centros, têm o papel de iniciar a discussão para que possamos aprofundar em novembro. Começaram no dia 20 e foram até 23/10. Temos mais dúvidas: 1)Porque o seminário só acontece em São Cristóvão, se temos três campi, mais o hospital universitário? 2)Porque num debate, temos apenas membros da reitoria, evidenciando claramente uma única posição? 3)Porque não há estudantes nas mesas, se o ENADE é feito por nós e não pelos professores? 4)Porque a inscrição para as mesas redondas só foi até o dia 17/10 (último dia útil antes das mesas) e o DAA informa chegou no dia 19/10? 5)Porque a divulgação foi feita uma semana antes, de forma geral? Esperamos que um dia, tudo isso possa ser esclarecido.
De qualquer forma, reconhecendo que não podemos jogar a culpa dos problemas da universidade exclusivamente no corpo administrativo, mesmo assistindo a tentativa de “democracia de mentirinha” reprisada pela milésima vez, olhamos para o próprio umbigo e também nos questionamos sobre os estudantes: 1)como está a mobilização dos centros acadêmicos? 2)Porque o DCE das trilhas, que nunca fez assembléia estudantil em pouco mais de oito meses de gestão, não está debatendo esta pauta? 3)Quem não fará a prova, vai ignorar o tema, como se a avaliação da educação superior fosse pertinente apenas para quem faz o ENADE?
Temos muito mais questões para levantar. Em relação aos docentes, aos técnicos, ao ensino à distância (que raríssimos sabem como funciona desde que foi aprovado) e por aí vai. Queremos reafirmar, contudo, que o movimento resistência e luta, de forma independente e também, em outros momentos, unido com os centros e diretórios acadêmicos, não se furta ao debate e lança o desafio de construirmos espaços alternativos para a discussão da avaliação superior. Espaços verdadeiros. Onde, realmente, os estudantes se façam ouvidos, diferentes posições sejam apresentadas, e como fruto de intenso debate, possamos definir democraticamente as nossas posições, tal qual foi feito no ano passado e em outros momentos. Pode parecer bobagem, mas não avançaremos para a avaliação que queremos enquanto a democracia ainda for uma ferida sem cura na nossa instituição. “Quem quer debater o ENADE, coloca a mão aqui!”
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