segunda-feira, 30 de junho de 2008

QUEM FAZ A HISTÓRIA

Quem construiu a Tebas das sete portas?
Nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastaram os blocos de pedra?
E a Babilônia tantas vezes destruída
Quem ergueu outras tantas?
Em que casas da Lima radiante de ouro
Moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os levantou?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios
Para seus habitantes?
Mesmo na legendária Atlântida,
Na noite em que o mar a engoliu,
Os que se afogavam gritaram por seus escravos.
O jovem Alexandre consquistou a Índia.
Ele sozinho?
César bateu os gauleses,
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Fredrico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?

Uma vitória a cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória?

Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava as despesas?

Tantos relatos.
Tantas perguntas.

Bertold Brecht

domingo, 8 de junho de 2008

Eleições para reitor: Uma contribuição aos estudantes e à universidade!

 A expansão da universidade federal de Sergipe está em pleno andamento. É um processo nacional do qual não devemos nos abster da discussão. As questões centrais são, portanto, discutir o caráter dessa expansão e a forma como a mesma vem sendo conduzida. Destacam-se aí alguns aspectos: falta de amplos espaços de discussão sobre o processo, lembrando fatos como o ensino à distância e o REUNI - passados a rodo pela administração central – ausência de assistência estudantil que contemple as demandas mais urgentes considerando a permanência dos estudantes de origem popular, como a ausência de café da manhã no RESUN, não construção da casa de estudantes nos campis para os residentes e proibição de qualquer vínculo empregatício para quem está dentro do programa de assistência da universidade e tantos outros fatos que estão incluídos nesse processo como o próprio transtorno acadêmico com mudanças de horários, barulhos de obras durante as aulas e inchaço de turmas. A expansão deve acontecer. Mas com debate, com garantia da assistência estudantil e da qualidade acadêmica. Não adianta mostrar números ao MEC e à sociedade sergipana. O que está em jogo é a formação dos indivíduos ao longo do ensino superior. Realmente qualificada para uma intervenção na sociedade, que forneça bases para um pensamento crítico e questionador dos modelos vigentes ao passo que nos dê uma boa qualificação profissional.

 Nesse sentido, as eleições para reitor vão na contramão do que deve ser a democracia na universidade e reforça a concepção da expansão no que toca à falta de discussão. Ainda mais porque estamos nesse processo expansionista é que precisamos de tempo para o debate. Dois pontos merecem atenção aqui: 1)menos de 30 dias desde a assembléia geral universitária (não divulgada pelo DCE) até a apuração e resultado do pleito. Qual a eleição de centro acadêmico, sindicato ou reitoria foi realizada em menos de trinta dias? Que pressa é essa? Lembrando que a votação já começa no próximo sábado (14/06)... 2)Quem administra a universidade não é o reitor, vice, pró-reitores, prefeito do campus, isto é, um grupo de pessoas que demonstram afinidade política e determinadas propostas? Por que, então, a escolha se resume ao reitor e vice? Com os professores, técnicos e estudantes é diferente. E temos o exemplo da última eleição para o DCE onde tivemos além de presidente e vice, tesoureiro, secretaria de esportes, secretaria de comunicação, etc. É ou não uma questão de transparência e democracia? Pesemos nesses dois pontos...

 A eleição perde de imediato seus objetivos maiores. No lugar de um amplo processo de escolha da melhor plataforma política-educacional-administrativa para a UFS, através de grandes diálogos, envolvimento da comunidade acadêmica em cada etapa eleitoral, crescimento e aperfeiçoamento dos institutos democráticos e centralidade do debate em detrimento do voto, ocupa esse espaço uma concepção distorcida, como se esta fosse uma eleição qualquer, abrindo margem principalmente para o personalismo (Jonatas x Josué) esquecendo os projetos que estão por trás das candidaturas. Há que ressaltar ainda, que para nós, a eleição é apenas parte de um processo. Ela é um fato acontecido a cada quatro anos. E durante esses intervalos de tempo está o principal: o cotidiano de discussão e a implementação de ações que visem cumprir os seus objetivos de universidade pública, gratuita e de qualidade. As eleições não resolvem nossos problemas, por melhores que sejam as propostas. Há uma distância muito grande entre ser eleito e fazer uma boa gestão.

 Os estudantes, dentro desse contexto, devem se inserir no processo eleitoral com vistas a contribuir com a superação dos problemas atuais da falta de democracia e transparência e mais: decidir sobre qual o projeto (que queremos) que os candidatos implementem à frente da administração da UFS. Somos mais de 14000 e nossa voz deve ter algum eco dentro da comunidade acadêmica. Para sermos propositivos, e não apenas críticos vazios, apresentamos algumas propostas colhidas no histórico de mobilização dos estudantes dentro da universidade, em especial da paralisação de três meses ocorrida em 2007, na qual conseguimos construir a base de um projeto de universidade com diretrizes mínimas. Segue abaixo o que propomos:

1)Assistência estudantil
*RESUN
- Melhorar a qualidade da comida.
- Abrir o RESUN no horário; os estudantes não podem escolher entre a comida e a aula!
- Contratar funcionários
- Instaurar o café da manhã
- Retirar a carne moída (boi ralado) e o fígado do cardápio.

*BICEN
- Ampliar o tamanho
- Renovar o arcevo: o pró-quali tem que funcionar!

*Moradia/Residência
- Construir urgentemente a casa dos estudantes nos três campis presenciais
- Permitir o vínculo empregatício para quem tem bolsa-residência
- Dar total apoio ao encontro nordestino de residentes que acontecerá na UFS esse ano.

*Transporte
- Compra de ônibus: 1 ônibus de grande porte é pouco para a UFS!
- Reavaliar os critérios de utilização do ônibus: 1 viagem anual por curso é pouco!
- Ampliar as linhas para o campus: chega de ser sardinha e refém da prefeitura municipal e dos empresários!
- Criar definitivamente a linha campus-zona norte ou campus-maracaju!
- Criar uma linha circular entre o HU e o campus São Cristóvão
- Discutir o transporte em Laranjeiras e Itabaiana urgentemente!

*Gerais
- Criação do posto de saúde nos campis em parceria com órgãos públicos
- Criação da creche universitária: as mães também devem estudar!
- Ampliar toda a estrutura universitária para os portadores de necessidades especiais
- Rever a finalidade e o preço da bolsa-trabalho: R$250,00 é pouco por mês!
- Fim das taxas cobradas na UFS (matrícula, diploma, trancamento, etc.) Não é gratuita?
- Que a UFS brigue pela volta da rubrica específica para assistência estudantil cortada no governo FHC e mantida no governo Lula.

2)Reforma universitária / REUNI
- Contra o REUNI: Realizar amplos espaços de debate sobre o REUNI e as normas acadêmicas – a comunidade acadêmica vai continuar sem ver debates sobre o tema?
- Rever a UAB/Ensino à distância como modalidade complementar de ensino e não como principal. Integrar esses estudantes no ensino presencial.
- Contra as fundações de apoio e os cursos pagos! Não é gratuita?
- Aumento no quadro de funcionários públicos: docentes e técnicos!
- Contra a Fundação Estatal de Direito Privado no HU. Não à privatização da saúde!

3)Democracia
- Amplos espaços de discussão sobre todos os temas relevantes à comunidade.
- Paridade nos conselhos: A ditadura acabou!
- Criação dos conselhos paritários de assistência estudantil e extensão: compromisso da reitoria que não se cumpriu até o momento...
- Eleições diretas e paritárias para os diretores em Itabaiana e Laranjeiras! Até quando as indicações permanecerão?
- Que a administração não interfira na organização e autonomia das categorias.
- Discutir a rádio UFS como meio de comunicação democrático da comunidade acadêmica e não como correio de transmissão da administração.

4)Gerais
- Debater o uso do espaço físico da vivência
- Garantir as cotas no seu acesso e permanência.
- Realizar a reforma estatutária da UFS. Chega de normas anacrônicas!
- Realizar uma ampla avaliação institucional democrática e transparente.


Movimento Resistência e Luta
Construindo o movimento estudantil e a UFS

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Cliping de Notícias - Ocupação Primeiro de Maio

02/05/2008

Prédio abandonado é invadido por famílias de sem teto - Vídeo

05/05/2008

Comtur pede reapropriação de hotel invadido pelo Motu

06/05/2008

Estado é sócio do inacabado Hotel Brisa Mar

21/05/2008

Invasão de prédio abandonado continua crescendo

27/05/2008

Invasores de hotel deverão deixar o local ainda esta semana

02/06/2008

Famílias temem violência em reintegração de posse - Vídeo

Desocupação de hotel será nesta quarta-feira

03/06/2008

Famílias fazem protesto em frente à Assembléia - Vídeo

Famílias protestam por moradia e temem ação da polícia

04/06/2008

Ocupantes resistem a despejo de hotel

Famílias resistem à desocupação de hotel

Desocupação do prédio é suspensa

Famílias deixam hotel pacificamente

MPF acompanha de perto a desocupação

05/06/2008

Familias da ocupação do prédio são cadastradas

Ocupantes saem do Hotel Brisa-Mar

 Desocupação de hotel é suspensa pela Justiça 

06/06/2008

 Invasores desocupam construção de hotel no Bairro Atalaia 

Famílias de desabrigados ocupam novo espaço

Audiência discute situação de desabrigados

PMA cadastra e encaminha famílias que ocupavam Hotel Brisamar para programas sociais

07/06/2008

Invasão de famílias em Aracaju causa tumulto - Vídeo

08/06/2008

PM retira famílias do kartódromo

09/06/2008

Famílias estão alojadas em barracão da PMA

PM fala sobre desocupação do kartódromo

MOTU se instala no Galpão Industrial no Siqueira Campos

10/06/2008

Governo divulga nota de esclarecimento sobre desocupação

OAB/SE: ação da PM foi um atentado à dignidade e à honra das pessoas

Representantes da PMA visitam famílias que ocupavam antigo kartódromo

OAB repudia atitude do Governo do Estado na desocupação do kartódromo

Nota de esclarecimento do Governo repercute na AL

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ocupação Primeiro de Maio, Resistência e Luta por moradia!

No dia do trabalhador iniciou-se a ocupação do hotel abandonado Brisa Mar, hoje a Ocupação Primeiro de Maio.
A ocupação que começou com trinta famílias chega hoje a 300! Com um senso de organização muito grande esses trabalhadores se unem para cuidar e gerir de forma coletiva a ocupação e também se preparam para resistir a reintegração de posse.
A ocupação, que é impulsionada pelo MOTU (Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos), tem sido praticamente ignorada por orgãos públicos e imprensa que hoje só se preocupam com a festa junina.
Na próxima quarta está marcada a desocupação pela polícia, os moradores irão resistir porque não tem outra escolha, ou resistem ou vão para a rua literalmente.
O Movimento Resistência e Luta se põe ao lado desses trabalhadores por entender a legitimidade da ocupação e da luta pela moradia. Por isso, convidamos todos aqueles que se sensibilizam com a situação dessas pessoas a ajudarem na resistência, dando apoio material e moral e estando na próxima quarta (04/06) junto com os moradores da ocupação para resistir e ajuda-los a conseguir um lar.
Para maiores informações entre em contato conosco via orkut ou pelo email: mrlmilitantes@gmail.com

Movimento Resistência e Luta