sábado, 29 de setembro de 2007

Vídeo - Fotos!

Vídeo - Fotos sobre o grupo!

http://www.youtube.com/watch?v=j7CCUSTjh4A

http://www.youtube.com/watch?v=5_KEwQU-ytw

A bacia de Pilatos

Leonardo Boff*
A nação está perplexa e indignada. Na cara da maioria dos políticos e particularmente dos jornalistas que acompanharam o caso do senador Renan Calheiros e sabiam as manobras escusas que usava a partir de seu cargo de presidente do Senado, para se manter no poder, se estampava decepção e abatimento. Por um voto não foi condenado. E esse voto faltante ficou revelado. Veio de um senador do PT que votou por abstenção. Abster-se é dizer não à cassação. Provavelmente e há claros sinais de que, pelo menos outra pessoa, a líder do PT no Senado, ou votou a favor de Renan ou se absteve, facilitando a vitória do acusado.

A propósito de falta de decoro por permitir que um lobista pagasse suas contas pessoais referentes ao filho que tivera com sua amante – isso se chamava antigamente de adultério público - descobriram-se muitas outras irregularidades graves, atestadas pela Polícia Federal e pelo jornalismo investigativo da televisão. Esta foi ao local em Alagoas, documentou em som e cores as mentiras e falsas alegações de Calheiros o que comprovava ainda mais sua falta de decoro. Além do mais mentiu aos senadores e sonegou informações e documentos ao conselho de ética.
Aliados do absolvido falaram em vitória da democracia. Que democracia? Esta convencional no Brasil, encurtada e farsesca, montada em cima de conchavos, do uso do poder público em benefício próprio, infectada de tráfico de influência e de desvio de dinheiros públicos?
O que envergonha os cidadãos é verem senadores, alguns velhos provectos, sem qualquer dignidade, verdadeiros mafiosos do poder, voltarem as costas à sociedade e fazerem-se cegos e surdos ao clamor das ruas. Estão tão enjaulados em seus privilégios na redoma do senado que nem lhes importa o que a mídia e a opinião pública pensa deles.

Mas o que envergonha mesmo é a recaída de membros do PT. São pecadores públicos contumazes. Já haviam antes enviado a ética nem sequer para o limbo mas diretamente para o inferno. Agora repetiram o ato pecaminoso. Por isso são desprezíveis como Pilatos. Este se acovardou diante do povo e condenou Jesus. Mas antes fez um gesto que passou à história como símbolo da pusilanimidade, da covardia e da falta de caráter. Diante do povo lavou as mãos com água. Essa bacia de Pilatos foi ressuscitada no senado. Mas a água não é água. São lágrimas dos indignados, dos cansados de ver injustiças e dos dilacerados diante da contínua impunidade.
A " onorabile famiglia Calheiros" tem novos membros em sua máfia. Todos os que se abstiveram ou votaram pela não cassação, podem acrescentar a\n seus nomes o sobrenome de Calheiros. Como revelou publicamente seu voto, o senador Aloísio Mercadante merece agora ser chamado de Aloísio Mercadante Calheiros. Pelos votos que andou cabalando pelos corredores, a senadora Ideli Salvatti merece que lhe apodemos de Ideli Salvatti Calheiros. Ela fez a figura inversa da mulher do covarde Pilatos que o advertiu com referência à condenação de Jesus: "não te comprometas com este justo pois sofri muito hoje em sonhos por causa dele". Ela e outros devem estar sofrendo muito, sim, roídos pela má consciência. Esse sofrimento transparece em seus olhos revirados e em seus rostos desfigurados.
O povo não merece ser representado por espíritos menores, faltos de ética, desavergonhados e esquecidos de que são meros delegados do poder popular. Que mostrem a cara, que falem ao povo, que se expliquem porque, diante de tantas provas dos relatórios da comissão de ética e do clamor das ruas, puderam agir de forma tão traiçoeira.
*Leonardo Boff, Teólogo da Teologia da Libertação e professor emérito de ética da UERJ.

Ignorância?

28-Set-2007
Wladimir Pomar*

Na história da humanidade, a ignorância, seja a ingênua, seja a mal intencionada, tem sido responsável por muitas tragédias, das epidemias às guerras. É isso que me vem à mente, ao ler certos artigos a respeito da utilização, em escolas públicas e privadas, do livro didático "Nova História Crítica", supostamente de "viés marxista" ou "comunista".

A partir daí, esses articulistas afirmam que a literatura dominante nas escolas médias brasileiras é de tendência socialista e fortemente anticapitalista. Seus exemplos mais fortes seriam, além da "Nova História Crítica", o antigo texto de Leo Huberman, "A História da Riqueza do Homem". Aparentemente, eles apenas pretendem mostrar que tais textos estão ultrapassados, são mentirosos e "ideológicos" , correspondendo apenas a equívocos juvenis.

Suponhamos que seja verdade que tais textos estejam superados. Suponhamos, mesmo, que eles contenham mentiras, possuam forte viés ideológico, e estejam carregados de equívocos. Mesmo que tudo isso fosse verdadeiro, por que sua leitura, ou a transmissão de seu conteúdo, não deveria mais ser tolerada? Só porque viveríamos numa época em que o capitalismo estaria demonstrando toda a sua "pujança e capacidade de gerar bem estar"? Isso não seria romper com toda a defesa que fazem da liberdade de expressão do pensamento?

Fingindo atacar o conteúdo desses livros, o que esses articulistas pretendem é proibir que os jovens leiam e debatam qualquer conteúdo que ponha em dúvida a "pujança e capacidade de gerar bem estar" do capitalismo. Por isso são capazes de fazer a afirmação, sem qualquer comprovação empírica, de que os livros de teor socialista seriam predominantes nas escolas médias brasileiras. O que não passa de uma tentativa canhestra de intimidar, tanto os autores de "viés marxista", "comunista" ou "socialista" , quanto pais e professores ainda avassalados por preconceitos sobre essas correntes de pensamento.

Para quem pretende uma educação democrática e que estimule o senso crítico, pouco importa que livros como a "Nova História Crítica" e "História da Riqueza do Homem" tenham abordagens "marxistas". Como pouco importa que textos de Oliveira Viana e Joaquim Nabuco possuam fortes conotações monarquistas. Ou que os textos econômicos de maior predominância nas escolas brasileiras sejam de autores de correntes liberais e neoliberais. O que importa é que os alunos possam confrontá-los com a realidade do Brasil e do mundo, sob dominância capitalista.

Se o marxismo morreu, o socialismo naufragou, e o comunismo não passou de uma quimera, por que temer que livros que se referenciam nessas correntes façam "mal" à juventude? Simples ignorância, ou medo de que os jovens descubram todos os aspectos da "pujança capitalista" ?
Wladimir Pomar é escritor e analista político.

sábado, 22 de setembro de 2007

Blog do MRL: Ampliando os espaços de discussão

Breve Histórico do MRL

Há dois anos alguns estudantes sem muita experiencia de militancia estudantil, mas indignados com a apatia que o movimento estudantil de Sergipe estava vivendo naquele momento, decidiram se organizar para atuarem em conjunto contra o desmonte e privatização da educação. A partir disso surge o Movimento Resistência e Luta (MRL) , que a partir de muitos debates , bastante leitura e atuação forte e combativa conseguiu acumular experiência e uma organização mais sólida.Com sua metodologia horizontal de organização, o Mrl se faz coeso, trabalhando o respeito às diferenças, falhas e dúvidas entre seus membros e o estímulo a cooperação pra o amadurecimento político de todo o coletivo.

Hoje o MRL é formado por estudantes da UFS e da UNIT e os que ainda batalham pelo acesso ao ensino superior.Os membros do MRL podem se organizar em outros agrupamentos políticos, desde que esses agrupamentos não vão de encontro aos principios do grupo ou tentem ferir sua autonomia.O apoio a outras bandeiras é o ponto norteador do MRL, tais como a luta pelo acesso à terra, pelo Passe-Livre ( o MRL acompanhou de perto o surgimento do MPL), o combate ao neoliberalismo e às opressões (machismo, homofobia, racismo, etc.), a democratização da comunição, a preservação do meio ambiente, a luta por uma educação pública, gratuita, libertária e de qualidade, dentre outras.

Conquistas e Blog

Após um ano e meio de oposição a Gestão Mudança, formada por militantes da União da Juventude Socialista(UJS) no DCE-UFS, com apoio de vários centros acadêmicos e de estudantes em geral que se identificaram com o nosso conteudo programatico, O MRL consegue a vitória da eleição para o DCE-UFS no ano passado com a chapa "Amanhã há de ser outro dia", mesmo com oposição da Reitoria. Mas recentemente o MRL também obteve exito na UNIT com a vitória para o CATB(Centro Acadêmico de Direito Tobias Barreto), o maior CA do estado em número de estudantes. Além de ter participado do processo de Paralasição Estudantil da UFS em 2007.

E é nesse processo de conquistas e ampliação de espaços de discussão que o MRL coloca seu blog no ar, para ser um espaço onde os textos produzidos pelo coletivo sejam socializados para todos os estudantes, contendo temas especificos da UFS/UNIT e debates mais gerais sobre a Universidade e outros que envolvem toda a sociedade. Sejam bem vindos e vamos a luta.